quinta-feira, 22 de agosto de 2013

FORMAÇÃO DO DIAMANTE EM ALTA PRESSÃO E TEMPERATURA. UM PROCESSO NATURAL FEITO PELA MÃE NATUREZA. SAIBA MAIS.

DIAMANTINA - MG: RIQUEZA E REPRESSÃO.
Em 1727, a descoberta de jazidas de diamantes fez do arraial do Tejuco (atual Diamantina), em Minas Gerais, o lugar mais rico do Brasil. E também o mais oprimido. A região foi separada da capitania de Minas e subordinada diretamente à Coroa portuguesa. As ordens religiosas que financiavam a construção de igrejas nas vilas mineiras não puderam se estabelecer no Distrito Diamantino. Foi proibido o garimpo de ouro, pois o diamante, monopólio da Coroa, dava lucros muito maiores. A área da extração das pedras foi cercada e só as pessoas diretamente envolvidas na atividade, baseada no trabalho escravo, receberam permissão de habitar ali. As tavernas fechavam durante a noite e o acesso à região era severamente controlado: a população local não podia sair, mendigos e "vagabundos" - homens livres pobres - simplesmente não entravam e os comerciantes tinham dificuldade de circular. Apesar da riqueza, o Tejuco permaneceu um simples arraial, sem os direitos civis concedidos às vilas mineiras.


O SEGREDO DA RARIDADE
O diamante se forma em grandes profundidades, a mais de 150 quilômetros abaixo da superfície terrestre e numa temperatura superior a 1500 graus centígrados. Ele é gerado junto com uma rocha chamada kimberlito. Tudo começa quando o magma (rocha fundida) penetra em rupturas das rochas sólidas da crosta terrestre. Isso acontece em profundidades de 150 a 300 quilômetros. Quando esse material quente e fundido entra nas rochas mais frias da crosta, se cristaliza, ou seja, esfria e se solidifica, formando uma série de minerais. O magma se forma em profundidades ainda maiores, a mais de 500 quilômetros abaixo do solo, numa camada da Terra chamada manto. Quando é rico em carbono, o que é muito raro, esse magma forma o diamante ao se cristalizar. A injeção do magma dentro das fendas da rocha também exige quebras profundas na crosta da Terra, para permitir sua entrada e sua subida pelas fendas. Portanto, a formação de kimberlitos não é comum na história do planeta. O nome vem de um local no sudoeste da África, chamado Kimberley, onde foi descrito pela primeira vez esse tipo de rocha que contém diamantes.

- A grande maioria das jazidas de diamante está associada a rios ou depósitos de cascalhos de antigos rios. Como se explica que as pedras apareçam nesses lugares, se elas são formadas no interior da Terra, em grandes profundidades?

Lembre que a superfície da Terra está em constante transformação, ao longo de dezenas de milhões de anos, com movimentos da crosta. Foram esses movimentos muito lentos que construíram o relevo do planeta - eles formaram e destruíram montanhas. Com o surgimento de montanhas, por exemplo, é possível ocorrer a injeção de um kimberlito em grande profundidade. Ali vão se formar diamantes. O lento desgaste dessa montanha pode fazer com que o kimberlito, formado a mais de 150 quilômetros de profundidade, apareça perto da superfície. Nessa região, ele vai ser transformado, pela alteração química dos minerais.

- Por que o diamante resiste e fica solto na terra que compõe o solo, ao contrário do que ocorre com o kimberlito, que se transforma?

Além de ter a mais alta dureza, o diamante é também muito resistente à desagregação química. Por isso, enquanto a maioria dos minerais se transforma, dando origem ao solo, o diamante permanece inalterado. Quando há erosão e parte dele é levada para os rios, esse raro mineral vai junto, transportado, como grãos de areia, pela força da água. Devido à alta dureza, ele pode ser levado por centenas de quilômetros até se depositar, junto com sedimentos dos rios. É importante destacar uma característica: o diamante tem alta densidade. Por isso, se deposita junto com o sedimento grosso, como o cascalho ou os seixos. É isso que o garimpeiro busca nos rios ou em leitos já secos.


  

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